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Notas de campo à volta do mundo
O mercado de insumos agrícolas de base biológica está crescendo rapidamente na América Latina (LATAM). Esse fato não é surpresa para o Diretor Regional da Elemental Enzymes LATAM, Paulo Campante, Ph.D. Um especialista em regulamentação de carreira, ele trabalhou em agências do governo federal brasileiro, bem como na indústria privada e em associações agrícolas como um contato e consultor de regulamentação, por mais de 20 anos.
Neste momento, Campante está a trabalhar com agências no Brasil e noutros países LATAM no processo de revisão dos produtos Elemental para aprovação. A empresa já tem alguns produtos de insumos agrícolas registados no Brasil, Argentina, Paraguai, Equador e Costa Rica, juntamente com várias submissões que aguardam aprovação no México, Uruguai e Colômbia.
Os produtores da América do Sul, da América Central e do México estão receptivos às soluções biológicas para fertilizar, fortalecer as defesas das plantas e mitigar os danos e as perdas causados pelo stress. Várias legislaturas estão a trabalhar para atualizar regulamentos antigos que apenas avaliavam a eficácia e o impacto dos químicos convencionais nas plantas e no ambiente. Isso significa que os produtos da Elemental às vezes têm um processo de aprovação mais curto do que teriam se fossem avaliados como produtos químicos tradicionais.
"No Brasil, por exemplo, o governo decidiu há alguns anos que os produtos biológicos deveriam ter preferência regulamentar e aprovou um processo de revisão rápido para eles", diz Campante. "Este processo demora talvez um ano e meio ou dois anos, ao passo que os novos produtos químicos convencionais, como um novo pesticida, demorariam oito ou mesmo 10 anos a ser analisados."
Perspetiva do processo
Não há dois países da América Latina que tenham exatamente o mesmo processo de revisão federal, mas Campante diz que eles seguem uma lógica semelhante. O Brasil é um bom exemplo quando se discute a demanda por produtos biológicos e o processo de aprovação em relação às nações da América Latina. O Brasil não é apenas o maior país da América Latina, mas também o maior mercado individual da região para esses produtos.
A primeira etapa do pedido de registo consiste, normalmente, em classificar o produto segundo o que é e o seu modo de ação (MOA). O processo avalia a eficiência agronómica do produto, bem como os potenciais riscos para o ambiente e para a saúde humana. A segunda etapa consiste em registar as suas caraterísticas e desempenho no terreno.
No Brasil, vários órgãos governamentais são obrigados a assinar qualquer produto agrícola com um MOA de controle de pragas ou doenças, também chamado de biodefensivos. Esses órgãos são o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Uma abordagem de várias agências para produtos químicos de insumos agrícolas é típica nos países da América Latina, em oposição à aprovação de uma única agência da EPA dos EUA. O MAPA avalia o desempenho real do produto no campo. A ANVISA analisa o impacto toxicológico em humanos e animais, e o IBAMA avalia a segurança ambiental. "Há uma relação de complementaridade entre os três órgãos, na análise dos insumos biológicos para uso na nossa agricultura", diz Campante.
O processo de registro de um fertilizante não é tão complexo e, muitas vezes, é mais curto. Apenas o MAPA analisa esses produtos, que devem ser livres de substâncias agrotóxicas para serem aprovados. Também fazem parte dessa categoria os inoculantes, corretivos de solo e biofertilizantes. A aprovação federal é suficiente para que esses produtos sejam utilizados em todo o Brasil, enquanto os governos estaduais geralmente também precisam aprovar individualmente os produtos de controle de pragas após o registro federal.
Adaptação à mudança
Os produtos que se enquadram na categoria "biológicos" no Brasil gozam de um processo de aprovação federal mais curto do que os pesticidas agrícolas convencionais, em parte graças ao facto de cada uma destas três agências ter uma equipa dedicada a analisar as submissões biológicas.
Campante diz que há uma discussão em curso no Congresso Nacional do Brasil sobre a legislação para definir e regulamentar os produtos biológicos. Atualmente, não existe uma legislação específica que reflicta as diferenças entre os produtos biológicos e os produtos químicos agrícolas convencionais, tanto em termos de MOA como de requisitos de investigação. Até que algo separado seja promulgado, os insumos biológicos continuarão a ser avaliados de acordo com os padrões convencionais.
A Elemental não é suficientemente grande para fazer lobby junto dos membros do Congresso para aprovar legislação pertinente. Em vez disso, a empresa trabalha através de associações representativas de empresas que se juntam
A vantagem Elemental
Muitas das ofertas de produtos no espaço biológico LATAM são baseadas em fungos ou bactérias, diz Campante. Essa é uma das razões pelas quais a Elemental Enzymes tem uma vantagem. A tecnologia da Elemental reúne os benefícios de enzimas e peptídeos naturais, não tóxicos, sem efeitos fora do alvo. Estas tecnologias também evitam as dificuldades normalmente encontradas na produção, adaptação, transporte e armazenamento de microorganismos vivos em diferentes ambientes.
Além disso, não existem muitas empresas no sector dos produtos biológicos nesta região que ofereçam produtos à base de enzimas ou péptidos. Os produtos da Elemental são naturalmente derivados de plantas e
micróbios para realizar tarefas específicas, que estão prontos a executar assim que são adicionados ao solo.
Ao contrário dos microrganismos, os insumos da Elemental podem realizar a sua atividade designada numa vasta gama de condições. Estas actividades incluem o aumento da absorção de nutrientes, a melhoria da saúde do solo e a estimulação da atividade microbiana. Os cientistas da Elemental baseiam-se nos péptidos para desenvolver aplicações de pesticidas que despertam e estimulam as defesas da própria planta, em vez de atacarem diretamente o agente patogénico.
Uma das razões pelas quais os agricultores da América Latina estão dispostos a adotar esses produtos é que uma estação de crescimento mais longa significa campos de cultivo duplo e até triplo. No Brasil, isso normalmente significa soja, milho, algodão e trigo. A intensidade do uso da terra e a pressão dos patógenos significam que os produtores estão procurando ferramentas eficazes para gerenciar doenças como a ferrugem asiática da soja, a doença do raquitismo do milho e o greening dos citros. O desafio é fazê-lo de uma forma que não contribua para a resistência química e economize nos gastos com insumos. Também encontram valor nas ferramentas de mitigação do stress das plantas que a Elemental desenvolve utilizando bioquímica de aminoácidos.
Outra razão pela qual a tecnologia da Elemental está bem posicionada para aumentar o uso de seus produtos na agricultura da América Latina decorre das regulamentações nos destinos finais das exportações, como frutas, café e outros. Em particular, os EUA e os países europeus têm padrões mais rígidos para resíduos químicos em produtos agrícolas. Os consumidores querem saber mais sobre a origem de seus alimentos e como eles são criados, exercendo pressão no mercado para reduzir a aplicação de produtos químicos convencionais.
"Com os nossos produtos fortemente apoiados pela ciência, a Elemental vê um grande potencial para trabalhar com parceiros industriais existentes e potenciais nos países da América Latina, porque podemos satisfazer o que os produtores querem usar no mercado neste momento", observa Campante.